A
lição é velha como andar para frente ou dormir de
touca. A gente começa a estudá-la na terceira série do fundamental. E repete-a vida a
fora. No ensino médio, na universidade, na pós-graduação, lá está ela. Trata-se das conjunções
alternativas. O
nome as denuncia. As danadinhas vêm em dupla. E dão um recado claro.
Apresentados dois fatos, só um se cumpre. O outro chupa o dedo. Lembra-se delas?
ou...ou:
Ou sai, ou fica . Ou estuda , ou trabalha .
ora...ora:
Ora estuda , ora trabalha . Ora chora , ora ri .
seja...seja:
Seja aplicada, seja relapsa, terá de fazer a prova . Seja inverno, seja verão , Paulo
precisa usar agasalho.
quer...quer:
Quer chova, quer faça sol, eles
vão ao clube 365 dias por
ano. Quer queira, quer não, terá de tomar vacina.
Reparou?
As conjunções alternativas formam casaizinhos.
Os pares são idênticos. E para lá de fiéis.
É proibido mesclá-los. Eles seguem a velha regra
popular – lé com lé, cré com cré. Cada sapato no
seu pé.
Mas,
na língua como na vida, existem
os pecadores. São as pessoas que
desobedecem às leis de Deus e às
leis da gramática. Elas não estão
nem aí. Misturam os parezinhos.
Em outras palavras: obrigam os
pobres casais a cometer adultério. Os atrevidos fazem construções assim: Seja na
escola ou em casa , Paulo
não para de perturbar as
pessoas . Quer chova ou faça
sol, eles vão correr no
parque .
Reparou?
O resultado é o cruzamento – filhote de elefante
com zebra. Cruz-credo! Com o desrespeito à fidelidade
conjugal, a harmonia se vai. Os termos brigam. E nós pagamos o pato. Perdemos pontos
na prova e adiamos a promoção.
Melhor fazer a correção: Seja na escola , seja em casa, Paulo não pára de
perturbar as pessoas . Quer chova, quer faça sol, eles vão correr no
parque.
Atenção,
precipitados. Às vezes, o ou vem oculto. Mas conta como se estivesse expresso: (Ou) Estuda, ou trabalha. (Ou) Sai,
ou fica. (Ou) Chove, ou
faz sol.
Abraços a todos.
Geneide Ferreira.